Caros amigos, chegada hoje de Genève, venho contar-vos como se passou mais uma noite de Poesia, na Livraria Camões. Sempre muito bem recebida por António Pinheiro e Fernanda Bettencourt, foi com muita alegria que abracei os amigos que já tenho na Suiça e conheci muitos outros que ali se encontravam porque são dos que saiem de casa a um sábado a tarde para ir a um evento desta natureza. Nem tudo são "rosas" como sabem neste mundo dos livros, mas existem os que gostam, os que aparecem e vivem intensamente estes momentos e fico muito feliz porque em todos os eventos, mesmo quem está pela primeira vez, gosta e promete voltar.
A apresentação do "Nós Eternos" e o meu ainda curto percurso como escritora foi feito pelo escritor Emanuel Lomelino que por várias vezes me emocionou, principalmente quando referiu a importância que para mim teve a primeira apresentação feita em Lisboa com a leitura de "O meu Poema" pelo meu filho Gonçalo, razão de uma luta que travo diária, pela inclusão das crianças especiais na sociedade.
Uma luta que dia a dia partilho com outros pais e que é enriquecedora para todos.
Pedi ao filho da escritora Carmen Ferreira, mais uma vez ali presente que lesse o poema, porque achei que fazia todo o sentido ser lido por outra criança. Foi um momento lindo o que o Samuel, nos proporcionou aquela noite.
Seguiu-se a leitura de poemas pelo Emanuel e também pelos amigos ali presentes, que começam a ler timidamente mas que logo se entusiasmam e nem damos pelo tempo passar. São momentos sempre muito especiais e convido quem nunca esteve presente, a aparecer, porque eu garanto que nunca mais deixarão de ir a um evento desta natureza. Falo para vós que sei que amam as palavras mas também vos peço que convidem quem pensa que não vai gostar e que incentivem os jovens a participar. As reacções são sempre muito positivas.
De seguida o momento das dedicatórias e do Porto de honra, de mais uns momentos de conversa e resposta a questões sobre os momentos escolhidos para escrever, o que ganha ou não um escritor ainda mais escrevendo poesia, o que se passa no mundo editorial nos dias de hoje e muitas outras questões como se hoje mudaria alguma coisa do que já escrevi. Respondi naturalmente que existe um processo natural de amadurecimento como em qualquer área, que com um olhar crítico, algumas coisa faria já de outra forma mas que o sentimento esse é o mesmo e bem genuíno e que estou muito feliz com tudo o que me tem acontecido neste mundo que tenho a certeza é o meu. Não pretendo parar de escrever, porque não vou deixar de sonhar, nem lutar por tudo aquilo em que mais acredito e tanto amo.
Foi desta forma bonita que mais uma vez, num espaço como a Livraria Camões, se celebrou a poesia nunca deixando esquecer a importancia da Lingua Portuguesa na união de tantos povos que a falam. Por esse motivo foi com honra que partilhei, que faço parte do Movimento Internacional Lusófono, a que convido a aderirem.
Deixo-vos com aquele abraço sempre muito especial de amizade e dizendo como sempre: Viva a Poesia!
Ana Casanova